quinta-feira, 30 de julho de 2015

Primeiras impressões da terra

Tudo e nada são conceitos mais parecidos do que as pessoas lhe dão crédito. Pelo menos é assim que eu os vejo agora, após certa aflição inicial por deixar uma vida inteira para trás para começar de novo (mais uma vez). E quanto mais eu vivo, mais este parece ser o movimento natural da vida. Dado que “nada” dura para sempre, e “tudo” é algo muito relativo de ser realmente contemplado, o meio-termo entre uma coisa e outra é a capacidade de transformar, como já dizia meu professor de química da oitava série. Talvez Lavoisier fosse mesmo o precursor das grandes frases de efeito sobre mudanças, mas nós não prestamos muita atenção no momento porque... Bom, porque eu estava ocupado tentando sobreviver à oitava série.

Enfim, cá estou eu, perdido entre fronteiras, pontos turísticos e o calor insuportável de Foz do Iguaçu. Um município brasileiro equivalente a uma rodoviária internacional, já que se eu pegar a próxima direita posso atravessar uma fronteira e, caso mude de idéia e saia pela esquerda, posso atravessar outra. Entre todas as interpretações que me vem à mente nesses primeiros dias habitando a savana das Cataratas, talvez a que mais me chame a atenção é que não há símbolo maior para mudanças do que essas placas no centro da cidade que direcionam para qual país próximo você gostaria de ir, ou faça o retorno caso deseje apenas ir para o centro.

É isso que eu quero pra mim hoje: mudança. Possibilidades. Desvios e retornos, ou qualquer direção para qual esta cidade me leve. Porque certo tempo atrás, entre outras ruas e outros centros, eu aprendi que crescer e amadurecer não são estágios finitos na vida; eles continuam até o fim das nossas jornadas. Porque nunca saberemos “tudo” o que há para ser aprendido, e não há “nada” a perder com cada experiência que colecionamos ao longo do caminho. Pra ser sincero eu não sei se isso vai dar certo, mas pelo menos eu acredito que em se tratando de possibilidades, eu pelo menos devo estar no lugar certo. O que mais explicaria os turistas peruenses com bonés da GAP perambulando pela cidade à procura da Itaipu Dam?

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Baseado no blog “Você vai adorar o amanhã”, retratando as crônicas de um jovem de 23 anos, criativo, porém disperso no mundo, à procura do seu lugar ao sol e das diversas promoções disponíveis na Ponte da Amizade. Talvez não agregue muito à humanidade, mas quanto aos meus problemas e as minhas metáforas, ele fará muito bem.