Tudo
e nada são conceitos mais parecidos do que as pessoas lhe dão crédito. Pelo
menos é assim que eu os vejo agora, após certa aflição inicial por deixar uma
vida inteira para trás para começar de novo (mais uma vez). E quanto mais eu
vivo, mais este parece ser o movimento natural da vida. Dado que “nada” dura para sempre, e “tudo” é algo muito relativo de ser
realmente contemplado, o meio-termo entre uma coisa e outra é a capacidade de
transformar, como já dizia meu professor de química da oitava série. Talvez
Lavoisier fosse mesmo o precursor das grandes frases de efeito sobre mudanças,
mas nós não prestamos muita atenção no momento porque... Bom, porque eu estava
ocupado tentando sobreviver à oitava série.
Enfim,
cá estou eu, perdido entre fronteiras, pontos turísticos e o calor insuportável
de Foz do Iguaçu. Um município brasileiro equivalente a uma rodoviária
internacional, já que se eu pegar a próxima direita posso atravessar uma
fronteira e, caso mude de idéia e saia pela esquerda, posso atravessar outra.
Entre todas as interpretações que me vem à mente nesses primeiros dias
habitando a savana das Cataratas, talvez a que mais me chame a atenção é que
não há símbolo maior para mudanças do que essas placas no centro da cidade que
direcionam para qual país próximo você gostaria de ir, ou faça o retorno caso
deseje apenas ir para o centro.
É
isso que eu quero pra mim hoje: mudança. Possibilidades. Desvios e retornos, ou
qualquer direção para qual esta cidade me leve. Porque certo tempo atrás, entre
outras ruas e outros centros, eu aprendi que crescer e amadurecer não são
estágios finitos na vida; eles continuam até o fim das nossas jornadas. Porque
nunca saberemos “tudo” o que há para
ser aprendido, e não há “nada” a
perder com cada experiência que colecionamos ao longo do caminho. Pra ser
sincero eu não sei se isso vai dar certo, mas pelo menos eu acredito que em se
tratando de possibilidades, eu pelo menos devo estar no lugar certo. O
que mais explicaria os turistas peruenses com bonés da GAP perambulando pela
cidade à procura da Itaipu Dam?
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Baseado no blog “Você vai adorar o amanhã”,
retratando as crônicas de um jovem de 23 anos, criativo, porém disperso no
mundo, à procura do seu lugar ao sol e das diversas promoções disponíveis na
Ponte da Amizade. Talvez não agregue muito à humanidade, mas quanto aos meus
problemas e as minhas metáforas, ele fará muito bem.